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Seis formas fáceis de substituir a carne e o pescado!

  • comidadegrilo
  • 7 de out. de 2017
  • 8 min de leitura

Olá grilos! Hoje venho revelar-vos os meus produtos favoritos que uso para substituir aqueles que deixei de comer. Se estavam com saudades de alguma iguaria explorem bem esta lista pois a solução pode estar aqui!

Para os nosso comedores de larvas, esta lista também é para vocês! Não só para vos ajudar a saber o que fazer quando convidam um grilo para comer em vossa casa como para se desenrascarem quando vos falta um ingrediente na despensa.



E com esta publicação vem a promessa de duas sequelas!

Hoje vou falar-vos sobre como substituir algumas carnes e peixes, pois tendo este tipo de alimentos uma textura bastante característica são os mais difíceis de reproduzir com produtos vegetais. Mas fiquem atento pois brevemente irei revelar os truques para substituir coisas que irão facilitar a vida aos grilos hardcore, como ovos e queijo-creme!

Muitos destes truques aprendi em diferentes vídeos de receitas e não posso deixar de dar o merecido mérito aos criadores dos mesmos. Por esse motivo, não só estes irão ser mencionados ao longo da publicação como vos prometo que brevemente vos falarei mas detalhadamente do trabalho de cada um.

 

FEBRAS

Vocês nem imaginam como adoro panados! E quando queria matar saudades desta iguaria via-me forçada a comprar aquelas embalagens de panados vegetarianos que custam os olhos da cara e que não dão a satisfação de um panado caseiro bem temperado com alho e limão.

Até ao dia em que vi um vídeo da JessBeautician, uma youtuber vegan, em que na thumbnail (a "foto" do vídeo antes de clicarmos nele) me parecia mesmo que um dos pratos tinha febras grelhadas! Estranhei e, curiosa, fui ver o vídeo. E o que era este produto que tanto parecia carne? Nada mais nada menos que cogumelos pleurotus!


Eu já tinha provado estes cogumelos antes e admito que não era a maior fã destes, para não dizer que os detestei completamente! Mas aquilo tinha tão bom aspecto... Decidi dar-lhes uma segunda oportunidade e comprei uma embalagem. Temperei com sal e alho como se fosse uma febra (e um pouco de azeite para dar humidade) e grelhei. Quando provei quase me vieram as lágrimas aos olhos de tão bom que estava. Claro que não sabe igual a carne mas aquele sabor da grelha e do alho meio tostado remete bastante para febras grelhadas.


Como sempre fiz panados com febras decidi experimentar fazer com estes cogumelos, na esperança que resultasse tão bem como a experiência anterior. Resultou ainda melhor! Dá-me tanto prazer comer panados de pleurotus como me dava antigamente comer os de carne. São uma óptima opcção vegetariana (e que facilmente se torna vegan se se substituir o ovo ao panar), com a vantagem de precisar de muito menos sal, pois os cogumelos apuram muito facilmente. É só temperar com sal, alho e sumo de limão, deixar ganhar gosto por algum tempo (ainda melhor se for de um dia para o outro) e panar. Pode-se fritar logo ou congelar para fritar mais tarde.

Tudo aquilo em que era costume usar pedaços de carne, como a paella, os pleurotus são um óptimo substituto!


Estes cogumelos são super fáceis de encontrar, estando a venda na maioria dos supermercados.

 

VIEIRAS

Embora agora esteja mais na moda, poucos são aqueles que já tiveram a oportunidade de provar este alimento. Mais do que o seu sabor (porque, sinceramente, e quem já provou não me bata se discordar, não sabem muito diferente de delícias do mar) a essência da vieira é a sua característica textura. Em toda a minha vida nunca tinha comido algo como aquilo e achei que seria impossível encontrar um alimento com uma textura semelhante, especialmente associado a um sabor agradável, nem de origem animal quanto mais de origem vegetal! E eu bem que procurava, pois as vieiras não são propriamente baratas, mas nada. Eis senão quando descubro um maravilhoso vídeo dum canal do youtube chamado Hot For Food a ensinar a fazer vieiras vegan!

Claro que experimentei logo e o resultado foi surpreendente! O truque? Cogumelos, claro! Mas não são uns cogumelos quaisquer! Ah pois, eu sei que já se estavam a imaginar a comer vieiras todos os dias mas a coisa não é bem assim. As verdadeiras vieiras são caras e difíceis de encontrar (de qualidade) e a versão vegan não é excepcção. Há que manter toda essa dinâmica para valorizar o alimento, não é verdade?


Para fazer vieiras vegan é necessário um cogumelo com um pé bem grande e largo e aqui em Portugal é um pouco difícil de encontrar no supermercado. Até hoje ainda só encontrei Cogumelos Eryngui no supercor (supermecado do El Corte Inglês) de Vila Nova de Gaia e de Lisboa, num Jafers em Vilamoura e em algumas mercearias no Martim Moniz. Mas a esperança é a última a morrer e talvez haja mais sítios que os vendam, especialmente produtores locais! (Se descobrirem locais de vendam contem para os restantes grilos saberem).

Para fazer as vieiras vegan só se usa o pé do cogumelo e, para ficarem com uma textura semelhante à do molusco é necessário ensopá-las numa marinada muito simples, cuja receita poderão encontrar aqui.

Se tiverem oportunidade aconselho-vos mesmo a experimentarem pois é divinal! E com um puré de ervilha a acompanhar, é de ir ao céu e voltar.

 

FRANGO

Este truque não dá para substituir um frango assado mas é uma óptima opção para pratos estufados e não só.

Algo de que ouvia falar muito quando comecei a procurar receitas vegan era "Buffalo Cauliflower Wings" (Asas de Couve Flor Buffalo). Para quem não sabe, Buffalo Wings é um prato típico americano que consiste em asas de frango fritas e cobertas com um molho picante, conhecido por Buffalo e, aparentemente, a internet já estava pronta para a versão vegan, cheia de receitas desta iguaria mas feitas com couve flor em vez de frango.


Decidi experimentar, com o verdadeiro molho Buffalo e tudo, e era muito bom. A textura era óptima, crocante por fora, tenro por dentro, tudo o que eu podia pedir. Mas eu não sou a maior apreciadora de picante, de todo, e não queria deixar para trás um prato com tanto potencial por algo tão simples. Decidi repetir mas, em vez de cobrir com molho picante, optei por molho barbecue e OH MEU DEUS! Melhor receita de sempre. E para quem quer ser saudável nada temam! Não precisam de fritar, podem fazer no forno!

Correu tão bem que me questionei o que aconteceria se usasse a couve flor para substituir o frango noutros pratos. E assim o fiz. Couve flor com cerveja (em vez do típico frango com cerveja), Couve flor com amêndoas (estilo galinha com amêndoas do restaurante chinês), Chou-fleur au vin (um prato típico francês, estufado em vinho tinto com cebola e cogumelos) que na verdade chamo sempre de bourguignon mas, se feito com frango em vez de vaca deveria chamar-se de coq au vin), e muitos outros pratos que sejam à base de frango estufado, basta substituir!

 

PEIXE FRITO

As pessoas perguntam sempre se não tenho saudades de comer carne e muitas se esquecem do peixe. Para os jaquinzinhos com arroz de tomate já a história da gastronomia portuguesa me tinha arranjado alternativa - os peixinhos da horta - mas então e aqueles filetes fritos com batatinha cozida a acompanhar e molho à espanhola?


Acreditem quando digo que não gosto de tofu. Já comi de variadas maneiras e nunca foi das minhas coisas favoritas mas descobri uma receita que me fez mudar de opinião. Continuo sem adorar tofu, mas esta receita é a minha excepcção e só graças a esta continuo a acreditar que, no futuro, encontrarei outros métodos que me farão render a este alimento apreciado por tantos grilos à volta do mundo.

Encontrei vários vídeos com métodos semelhantes para fazer peixe frito vegan mas a melhor receita é, sem dúvida, a do VegetariRANGO. Sendo o tofu um alimento com pouco sabor próprio, é necessário temperá-lo bem numa marinada à base de molho de soja, água e outros condimentos.

Mas a estrela deste prato, o elemento que lhe dá aquele saborzinho a mar, é a alga nori (aquela alga que se usa para fazer sushi)! E a alga nori não só é óptima para este prato (e para fazer sushi) como também é um óptimo snack! Eu adoro comer pedaços desta alga por pura gula, como uma criança feliz que come hóstia comprada na loja das gomas mas com aquele sabor a mar, como as hóstias de camarão do restaurante chinês.


Para saberem como fazer este peixe frito, que é tão simples, deixo a receita aqui.

 

CARNE PICADA E ROJÕES

Já que estamos na onda das coisas estranhas à base de soja aproveito para vos falar da PVT.

Quando me iniciei na descoberta da alimentação vegetariana, como quase toda a gente, comecei por procurar substitutos que fossem bastante semelhantes à carne. Tentei tofu, não gostei. Tentei seitan, ODIEI! Tentei PVT e encontrei a solução!

PVT significa Proteína Vegetal Texturizada, muitas vezes conhecida como Proteína de Soja Texturizada, Proteína Texturizada de Soja ou simplesmente Soja Texturizada. É vendida em diferentes tamanhos, e admito ainda não ter testado todos, mas a picada (que visualmente se parece com cereias, tipo muesli ou nestum) e os pedaços pequenos estilo rojões (iguais aos da foto) são as que mais costumo usar.


A PVT é comprada seca e necessita ser demolhada. Há, no entanto, quem salte este passo quando confecciona pratos em que esta é cozinhada no próprio molho, tipo estufados. Porém, a forma como eu prefiro usá-la, seja em que preparado for, é demolhando-a em caldo de legumes (quente! Não precisa de ser um caldo de qualidade pois será descartado, um knorr é o ideal. Se não tiverem caldo ou não quiserem usar podem demolhar só em água quente, acabada de ferver), tapar e deixar estar uns minutos até esta amolecer, sendo que quanto maior o tamanho escolhido, mais tempo levará mas, por norma, 10 min. é o suficiente. Depois coloca-se num coador e passa-se bem por água até esta sair limpa. Espreme-se bem, retirando o máximo de água possível, e coloca-se numa superfície forrada com papel de cozinha para absorver qualquer água que ainda tenha. A PVT incha bastante pelo que não é preciso usar muito, é super barata e dura imenso tempo na despensa.


Para além disso, a PVT tem a vantagem de poder ser utilizada da mesma forma que a carne, o que quer dizer que não implica procurar receitas novas. Basta utilizá-la nos pratos da mesma forma que se utilizava a carne, tornando as possibilidades infinitas. Com a picada pode-se fazer bolonhesa, chili, chamuças, croquetes, etc., e com a os pedaços maiores fazer jardineira, massa estufada com carne de soja, carne de soja à portuguesa (ou à alentejana sem amêijoas), entre muitas outras iguarias.

 

BACON

Aquela coisa que deixa os comedores de larvas tão confusos e perplexos por os grilos abdicarem.

Há muitas formas de substituir o bacon. Há quem salteie flocos de coco com paprika fumada, molho de soja, alho em pó e um pouco de algo edulcorante (xarope de agave, maple syrup, açúcar, etc). Há quem vá mais longe, tenha saudades das longas fatias, e lamine courgettes ou beringelas, passe por uma marinada feita com estes ingredientes, e leve ao forno a tostar. Mas hoje não vos venho falar de bacon puro e duro, aquele grelhado que se comia com ovos mexidos no pequeno-almoço de hotel, mas sim daqueles pedacinhos que se encontram numas ervilhas estufadas, num feijão preto, nas fatias quadradas que decoram um arroz de pato.


E foi precisamente assim que começou, com um arroz de pato. Era noite de jantarada cá em casa e o prato principal era arroz de pato. Tenho sempre o hábito de fazer uma opção vegetariana semelhante ao que as restantes pessoas estão a comer, para me sentir mais integrada. Decidi então fazer um arroz de legumes com uma metodologia semelhante, ou seja, feito em camadas e levado ao forno. Mas, ao colocar a última camada de arroz, faltava algo por cima a decorar, algo que desse aquele sabor salgado e crocante que sabe tão bem quando o apanhamos subitamente numa garfada. Experimentei laminar uns cogumelos normais que tinha no frigorífico, o mais fino possível, e deixei-os tostar bem de ambos os lados, numa frigideira com azeite e bastante sal. Coloquei por cima do arroz. Bonito estava pelo menos! Levei ao forno e esperei pelo melhor. Ficou divinal!


A partir daí comecei a usar cogumelos em tudo o que era suposto levar pedacinhos de bacon, deixando-os sempre tostar bem primeiro para ganharem um sabor bem característico. Os cogumelos marron são os que funcionam melhor, têm um sabor mais forte, no entanto, à falta destes, os cogumelos brancos também não ficam nada mal!

 

Agora, com estes truques todos, dêm largas à imaginação e tentem a vossa sorte na cozinha.

E para os nossos comedores de larvas, já não há desculpa para não saberem o que fazer quando convidam grilos para comer em vossa casa!


Boa sorte e bom apetite!

© 2017 por Comida de Grilo

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